Thursday, June 7, 2007

INOVAÇÃO em Portugal

No correr dos últimos 20 anos, Portugal evoluiu consideravelmente em termos de inovação, nomeadamente o investimento em I&D que passou de 0,3% do PIB nos anos 80 para 0,8% do PIB (2003).

1. Principais indicadores de inovação
O European Innovation Scoreboard (EIS) indica que Portugal passou do grupo dos «países em atraso» em 2001, para o grupo dos «países em vias de recuperação» em 2005. Este crescimento relativamente lento explica-se pelo importante atraso efectivo que Portugal acumulava à data da sua adesão à União Europeia.
Todavia, parte dos esforços evidenciados mantêm-se insuficientes face à progressão da U.E. o que demonstra o fraco desempenho de Portugal relativamente à Despesa em I&D em Portugal e reduzida participação das empresas na prestação nacional de I&D em relação à União Europeia.


2. O papel do Estado
Em Portugal tal como na Europa, a política de inovação não é nunca alinhada com o crescimento da competitividade. O Estado, em Portugal, joga um papel primordial na criação de um clima favorável à Inovação, levando à prática acções de estímulo, de coordenação, de acompanhamento e ajuda às iniciativas do sector privado, para além das tarefas de difusão da inovação e transferência de tecnologia. Registam-se os objectivos do governo português: até 2010, conseguir 1% do PIB em investimento público para a ciência e a tecnologia, 5,5 investigadores por 1000 activos e triplicar o investimento privado em Investigação e Desenvolvimento.Para alcançar estes objectivos, o governo pôs em prática políticas e programas, tais como :
MIT- em Portugal e CMU - Portugal, Ciência 2007, Programa Operacional "Ciência e Inovação 2010" (POCI), Programa Operacional para a Sociedade da Informação (POSI), Programa Operacional 'Ciência, Tecnologia e Inovação' (POCTI), Quadro de Referencia Estratégica Nacional (QREN).

3. O papel das Empresas
Os resultados do Inquérito Comunitário sobre Inovação (CIS), realizado entre 2002-2004 em Portugal, permitiu compreender o comportamento das empresas em termos de Inovação: 40% das empresas declararam ter inovado durante esse período.
As empresas disseram ter dispendido 2.827 milhões de euros em inovação, dos quais 70% deste montante foram afectos à compra de novos equipamentos e software e cerca de 24% às actividades de I&D.A taxa de inovação das empresas inovadoras é muito variada segundo os sectores de actividade: 100% no caso dos serviços de actividades económicas ditas de I&D, 78% nas empresas de telecomunicações, 75% nas empresas de Informática ou actividades conexas.
No lado contrário estão as indústrias têxteis e do couro, classificados como os sectores menos inovadores.
As empresas inovadoras estão situadas maioritariamente nas regiões Centro (46%), Lisboa & VT (44%), Algarve (29%) e Madeira (33%).

34% das empresas inovadoras declararam que a falta de conhecimentos é o principal obstáculo à inovação em Portugal. 29% das empresas inovadoras consideraram que as informações relativas aos concorrentes e às empresas do mesmo sector são os indicadores mais importantes para o desenvolvimento de projectos inovadores. As fontes institucionais, o governo e as universidades foram citados como altamente importantes para respectivamente 18 e 19% das empresas inovadoras.As empresas inovadoras são pouco receptivas a trabalhar com as entidades externas. Apenas 28% das empresas portuguesas trabalham em colaboração com as universidades, por isto se vê que a maioria das empresas são reactivas e pouco proactivas em termos de inovação, o que se explica pelo pouco tempo que os directores das empresas consagram às questões da inovação.

4. Portugal regista um crescimento em termos de Ciência e Tecnologia
Assim, o número de bolseiros da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) passou de 5000 para 5800, o número de doutorados aumentou de 1180 para 1250 entre 2005 e 2006 e a produção cientifica nacional subiu 15% no mesmo período. O número de patentes cresceu 18% entre 2005 e 2006, finalmente ultrapassou a barreira das 200 patentes nacionais. Portugal protege pouco a inovação em relação à média Europeia.As patentes são registadas principalmente pelas Universidades que triplicaram a protecção das suas invenções, passando de 25 patentes nacionais em 2005 para 83 em 2006. Em 2005, o Instituto Superior Técnico (IST) foi a entidade que registou o maior número de patentes nacionais seguido das universidades do Minho e de Aveiro.

34% das patentes são depositadas pelas universidades contra 28% das empresas.


2 comments:

rualbran said...

Numa altura em que se discute muito qual o papel do estado na economia,eu estou convicto de que em matérias de investigação e desenvolvimento ele terá de ser cada vez mais interventivo e agressivo(no bom sentido).
O indicador destas despesas no PIB será cada vez mais um ratio que espelha crescimento/desenvolvimento

sonia fernandes said...

Inovaçao?
Em Portugal inovar é ainda um caminho sinuoso, uma utopia, apenas e so. Inovar significa trocar o certo pelo incerto!
Em portugal temos maus gestores!
Quem esta dispostp a correr este risco??