Tuesday, June 19, 2007

CONSULTAS (quase grátis…)


Um dos temas que é muito maltratado, em especial no maior empregador de Portugal é a gestão de carreiras.
Imaginemos, um caso demasiado frequente, de um(a) professor(a) do ensino básico que está sem colocação. Facto evidenciado em excesso num país que não sabe rentabilizar os seus recursos. Para os mais afectos a correntes pseudo liberais (ideias) eu aconselharia a dar uma vista de olhos pelo panorama do ensino Finlandês, país bem posicionado nos rankings da competitividade.
Retome-se o fio à meada:
Que propostas de reconversão, das mais arrojadas às mais suaves, se poderão propor a esta gente jovem, que não tem perspectivas de trabalhar na área escolhida, para os tempos mais próximos???
Reformular o portfólio de competências… óbvio; mas como seria composto o ramalhete do novo portfólio???

4 comments:

juanitarebelo said...

Boa noite
Ainda noutra disciplina um professor relatava o facto de ser biólogo de formação base e desempenhar um papel em que se sente realizado na área comercial, que aparentemente nada tem a ver com a sua licenciatura.

E que os joves ainda estão iludidos ou são iludidos quando pensam que saem de uma licenciatra com toda a informção necessária a poder trabalhar na sua área de formação.

Eu quando terminei o curso tinha essa mesma ideia, e rapidamen se desmistificou,pois dentro da nossa grande área de trabalho, cada empresa, ou instiuição ou ramo tem a sua especificidade e é fundamtal muita info e formação antes de desempehar qq função.

Pelo que um professor pod desempenhar qq papel desde que sinta prazer nisso.
Acredito que é fundamental determinadas competências sociais, de trabaho em equipe, de humildade, honestidade, ética, vontade de tralhar, dinamismo, versatilidade,comunicação, resistência à fustração,tolerância, iniciatia entre outras, que em qq carreira pela qual qq profissional opte enveredar e que lhe traga satisfação, pode ter sucesso.

Digo isto pois na área da psicologia (em que me encontro) o trabalho não abunda propriamente e temos de facto de ser versáteis ter espirito critico, mas tb de iniciativa, lutar pelos principios em que acreditamos, o saber estar e relacionar-se e compreender o outro dão-nos uma grande vantagem em qq área, desde que estejamos motivados e o que quer que façamos seja com gosto e vá de encontro ao que cada um é e valoriza.

Carla Ferreira said...

Olá,

Tal como a Joana, também sou psicóloga e apesar de ter a sorte de exercer (sim, porque isto está de tal forma que conseguir exercer já é uma sorte!)não consigo (ainda) viver apenas disso e portanto, se me quis tornar independente tive de me virar para outros lados, nos quais sabia que também era competente... E não foi fácil...

Quando, mudar de ramo é uma opção nossa talvez seja até agradável, mas quando nos é algo imposto, caiem muitos sonhos e ilusões por terra (principlmente depois de se ter uma experiência de estágio fabulosa!!)... Hoje, sinto-me bem mais satisfeita do que se continuásse sentada à espera que algo dentro da psicologoa me "caísse dos céus aos trambolhões"! Mesmo que não esteja a trabalhar dentro da psicologia sinto-me satisfeita por estar a trabalhar (um bem precioso nos dia s de hoje), por até gostar do que faço e ter um ambiente de trabalho fantástico...

Concordo completamente com a "re-direccção" das competências daqueles que não conseguem emprego dentro da área em que se formaram, mas acredito que seja difícil para as pessoas em questão aceitarem tal realidade... que não deixa de ser dura.

Acho que é importante que o País saiba aproveitar o valor e as competências de imensa gente que por aqui há desempregada, mas imagino que por parte dessas pessoas também possa surgir alguma resistência em mudar de rumo...

O importante é que façamos algo com o qual nos sintamos bem, que gostemos de fazer, que nos ajude a trazer valor à sociedade e principalmente às nossas próprias vidas quer seja dentro da área que escolhemos ou não!

Carla Ferreira

Paulo César Martins said...

Sobre este tema eu tenho uma opinião muito "particular"...

Usando um truque oriental que aprendi nos tempos da Guerra em África, e que vulgarmente denominamos por "lógica da batata", o que é que vos leva a pensar que um Professor sem colocação terá mentalidade suficiente para ser capaz de "reformular o portfólio de competências" eficientemente, se não teve cabeça suficiente para perceber que, no momento em que fez o seu acesso ao ensino superior, o seu curso já estava esgotado para os próximos 100 anos?

É que no momento em que estavam a escrever os 5 cursinhos da preferência naquela folha de candidatura, os seus cérebrozinhos já estavam formatados para o Estado Social e não para o Estado Exigente...

Pergunto eu:

1. Porque razão é que os "numeros clausus" se mantêm elevados, de licenciaturas como Direito, História, Geografia, Psicologia (sem desprimor para as colegas, que concerteza concordarão) e todos os cursos de papel e lápis, em que a única competência-chave é saber marrar e decorar??

2. O que vos levará a pensar que estas mesmas pessoas, formatadas desde infância com o estigma do Estado Social, serão capazes de dar a volta por cima e, repentinamente, transformarem-se em pessoas eficientes e com vontade própria para trabalhar?

3. Porque razão é que o Ensino Politécnico - na minha opinião, o melhor - é visto de soslaio por toda a gente? Será só por inveja?

4. Mas porque raio é que o candidato-a-professor há-de reclamar se tiver que ir dar aulas na outra ponta do país? Afinal, não devemos correr atrás dos nossos sonhos?

Deixo uma sugestão de Inovação. Em vez do Governo andar a acabar com as escolas todas no Interior, devia tornar origatório um estágio de 3 anos de todos os professores por essas paragens... para ver se repovoamos o nosso pequeno país.

P.S. Só para esclarecer que eu não tenho ódio nenhum de estimação em relação aos professores, tenho é conhecimento de causa, até porque sou filho de uma Professora Primária e sei como é que a máquina do Ensino em Portugal funciona...

Liliana Lino said...

Eu, infelizmente, faço parte das estatísticas dos professores que continuam sem colocação.
Desde sempre que quis ser professora.Tirei o curso que quis e leccionei no ano de estágio. Em suma, já consegui, pelo menos uma vez, exercer a profissão que escolhi.
No entanto, como continuo sem colocação tive de procurar outras soluções, outras alternativas para a minha vida.
Estou a tirar PG em recursos humanos, que não tem relação com a minha formação inicial,mas não me sinto menos realizada por isso.
Tenho esperança de que esta nova fase possa me abrir novas portas.
Acho que o facto de ter uma formação inicial isso não deve nem pode limitar a minha vida, tal como devia acontecer com outras pessoas.

Ainda outro dia, em conversa com alguns jovens que concorrem dentro de dias ao ensino superior verifiquei que os nossos jovens continuam a pensar que o curso que tirarem irá ditar o que eles irão fazer para o resto da vida. Como é lógico contestei este facto e contei a minha própria experiência e muitos chegaram à conclusão de que a licenciatura é um ponto de partida e não, obrigatoriamente a meta.

Nisto tudo, o importante é fazermos alguma coisa e, principalmente fazermos bem. Deixemo-nos de convensões conservadoras, sejamos arrojados lutando por um lugar em que sejamos bons, mesmo que nunca tenhamos pensado ser possível exercer tais funções!

Fiquem Bem