Saturday, July 7, 2007

Procuram-se pistas




Desde há anos que me habituei a passar os olhos pela publicação do ‘Espesso’ que se dedica ao «emprego». Teoricamente, não estou na lista dos que trazem na T-shirt a frase mágica que diz: PRECISO DE UM EMPREGO, mas acordo sobressaltado (vezes sem conta) a meio da noite, sem saber o que vou fazer ao outro dia ou algumas horas mais tarde.
Esta constatação prática do que se passa no meu país ou melhor dizendo, uma certa visão sobre para que lado se mexe o meu país, dá ou traz mais segurança a afirmações públicas que faço, permitindo-me aparecer com razoável reputação de que “sei do que estou a falar”.
É assim que muitas pessoas do povo, como eu, passam por ser gente esclarecida, a maioria das ocasiões, apenas com suporte em meia dúzia de truques, bem treinados.
Claro, claro que o suplemento do «emprego» não anuncia pedidos de operadores de ‘corta & cose’; também a procura de motoristas de pesados e de pessoas para mudar fraldas a doentes acamados não são referidos nessas páginas.
Fazem parte dos dez mais, as engenharias, a gestão, e sobretudo as vendas (chamem-lhes eles o que lhes chamarem). É esta ansiedade por vender que me serve de indicador-mor sobre aquilo que está a dar. Finalmente, começa a aparecer em destaque o pedido de fluência em espanhol, em inglês, pintalgado aqui e ali por alguma especificidade como por exemplo: Sabe russo? Óbvio, a Rússia é um mercado com 250 milhões de consumidores onde, empresas de ponta como a Daimler(Chrysler)-Benz, por exemplo, acreditam.

Podemos encontrar na publicação, dois ou três apontamentos com interesse:
(1) O Norte não tem emprego. Ao menos podia ser FLEXIEMPREGO, uma vez que é o que vai dar durante os próximos seis meses, mas infelizmente nem isso.
(2) As mulheres estão a perder terreno ao não optarem pelos cursos tecnológicos. Claro que sim. É trigo limpo, farinha Amparo!
(3) Produtividade versus Competitividade
- produtividade influenciada pela tecnologia e pela organização… Claro, claro, claro
- qual o papel da produtividade no modelo de competitividade actualmente existente… Sim, sim, sim
- Portugal começa a ser cada vez menos competitivo em sectores de mão de obra indiferenciada… Pois, pois, pois
- A dimensão das organizações no nosso país não permite as promoções horizontais… É isso, é isso, é isso

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