Tuesday, April 17, 2007

MBA em Portugal...hoje (?!)


Entrevista a Paul Osterman, reitor da Sloan Management School 2006-10-11 «Diário Económico»

“Colocar um MBA nos 100 melhores é possível”

O reitor da Sloan Management School veio a Portugal para assinar o acordo entre o MIT e o Governo e defendeu que será possível aumentar a escala das escolas portuguesas, até que possam entrar nos ‘rankings’ internacionais.

O que é que a Sloan e o MIT ganham com esta parceria, em termos comerciais e académicos?
O MIT e a Escola de Gestão da Sloan são muito internacionais. Mais de 40% dos nossos alunos são estrangeiros e temos um currículo muito internacional e este protocolo é uma forma de enriquecer e aprofundar a qualidade intelectual e a internacionalização. Por isso, o MIT tem muito a beneficiar.
Portugal tem escolas de negócio relativamente pequenas e para passarem para o próximo nível de reconhecimento tem que tornar-se maiores e cooperar e isto é uma forma destas escolas encontrarem mecanismos e meios para o fazerem.

No relatório final dizem que as escolas de gestão portuguesas “ainda” não estão preparadas para desenvolver essa cooperação e para se fundirem…
Mas isso parece ter mudado. Como resultado deste relatório existiram muitas discussões entre as escolas e connosco e penso que há muito mais vontade de considerar a cooperação.

Quando é que será possível criar um MBA Internacional em Portugal?
A cooperação entre a Escola de Gestão da Sloan e as escolas portuguesas de gestão tem quatro componentes, sendo o MBA internacional apenas um deles. Existe também um programa de empreendedorismo e de fomação de quadros, uma outra componente de ‘workshops’ e seminários sobre temas de gestão e uma quarta componente que prevê que docentes portugueses se desloquem ao MIT. É um erro focar-se o programa do Global MBA, porque ele é mais que isso. Quanto tempo vai demorar a criar este programa MBA, é uma questão que é impossível responder. Este primeiro ano será um ano de exploração e para desenhar o programa e espero que no final possamos responder a esta questão.

Mas apontam no relatório alguns problemas como a falta de vontade em cooperar e a pequena dimensão das escolas de gestão portuguesas…
Eu não diria que são problemas. O que o relatório tentou aferir foi a possibilidade de estabelecer parcerias entre as escolas portuguesas e a Sloan. O relatório identifica o facto das escolas serem pequenas, o que é um obstáculo para conseguir ‘status’ internacional.

Como é que se pode inverter o facto de em Portugal existir falta de investimento privado em Investigação e Desenvolvimento (I&D)?
Um dos programas que vamos lançar é um programa de formação em empreendedorismo, para tentar ensinar práticas e competências para se ser empreendedor e isso poderá ajudar a resolver o problema.

Pensa que será possível colocar um MBA Internacional português nos 100 melhores do mundo como pretende o Governo?
Penso que é perfeitamente possível. Por isso é que estamos a trabalhar em aumentar a escala das escolas portuguesas para que possam entrar nos ‘rankings’ internacionais.

Perfil: Paul Osterman
O reitor da principal escola de gestão do MIT, a Sloan, é, também, professor de Recursos Humanos e Gestão da NTU (Nanyang Technological University), e membro do Departamento de Planeamento Urbano. A sua pesquisa dedica-se à mudança na organização do trabalho, padrões de carreira e processos nas empresas, desenvolvimento económico, pobreza urbana, política pública sobre programas de formação e emprego. O seu livro mais recente é “Gathering Power: The Future of Progressive Politics in America” (Beacon Press, 2003).


“É impossível Portugal ter um MBA de topo só com uma escola”
publicado por Jornal de Negócios • Quarta-feira, 28 de Março de 2007

É um dos responsáveis da Sloan School of Management (a escola de Gestão do MIT) que está envolvido na elaboração do Global MBA com algumas “business schools” portuguesas. Paul Osterman, em entrevista ao Jornal de Negócios, diz que o novo MBA conjunto da Nova e da Católica não vai bloquear o acordo com o MIT na área da Gestão e sublinha que, para Portugal ter um MBA de dimensão internacional, tem que resolver o problema de escala dos actuais programas.

A Sloan School está envolvida noutras parcerias internacionais?
Temos parcerias na China, na Coreia e estamos envolvidos em discussões com escolas da Índia e do México.

Qual é a grande diferença entre os programa de MBA americanos e os de outras regiões, nomeadamente a Europa? Os programas americanos dominam os “rankings” mundiais...
A primeira diferença é que a maioria dos programas americanos são de dois anos e os europeus são de apenas um. Nas escolas americanas de topo, além do ensino, as escolas fazem muita investigação e põem muito ênfase na publicação de artigos nas publicações mais prestigiadas.

A diferença é mais na investigação?
Mais foco na investigação.

O que é que a Sloan pode trazer a um programa de MBA português?
Temos muita experiência em assuntos como gestão global, liderança global, e também uma parte do programa inclui estágios dos alunos em laboratórios e em empresas. Penso que temos alguma coisa a oferecer nestes pontos: globalização, liderança e políticas de estágios e laboratórios.

Para o Global MBA, a ideia é trazer professores americanos ou levar alunos portugueses aos Estados Unidos?
É mais levar alunos portugueses e “staff” das faculdades ao MIT.

Pode nomear algumas das conclusões do “assessment” do MIT na área da Gestão?
Não foi uma avaliação das escolas, mas apenas uma tentativa de perceber com que escolas fazia mais sentido trabalhar no desenho destes programas.

Tem alguma informação das escolas portuguesas, em termos de qualidade dos curricula, dos professores, da investigação?
Não fizemos um esforço sério para avaliar isso. O que fizemos foi responder à questão sobre o que faz mais sentido em termos de parcerias na concepção destes programas e foi a isso que chegamos. Estamos a trabalhar na concepção de basicamente três tipos de programas: um programa global de MBA, um programa de “mid-career” – em tecnologia e empreendedorismo – e o terceiro numa série de “workshops” de investigação.

De que é que Portugal precisa para ter um MBA competitivo a nível internacional?
Uma coisa de que precisa claramente é de escala, de maior dimensão.

É o ponto crítico?

Penso que é crítico. Será difícil atingir visibilidade internacional com a escala com que os MBA [portugueses] estão a operar agora, com 40, 50 pessoas. Por isso é que dizemos que é necessário haver maior cooperação entre as escolas para atingir escala.

Ou seja, não pensa que seja possível ter um programa global com uma única escola?
Não é possível. É preciso ter mais escolas [a trabalhar em conjunto].

O MBA conjunto da Nova e da Católica é um primeiro passo para o Global MBA?
É algo diferente. Eles lançaram um programa a “part time” e nós queremos lançar um a “full time”. Um MBA a “part time” foca um mercado diferente e dirige-se às pessoas que estão a trabalhar, provavelmente em Lisboa.

Este MBA conjunto pode bloquear a iniciativa com o MIT?
Não.

Mas as outras escolas – ISCTE e ISEG – já criticaram o processo. Isto é um problema?
Penso que não. O programa global será liderado pela Católica e pela Nova.







Terça-feira, 17 de Abril de 2007
Cotec com 100 mil euros para distinguir empreendedorismo dos alunos
publicado por Jornal de Negócios •


Com o objectivo de “qualificar o sentido empreendedor” e de “estender aos alunos do ensino superior o espírito de risco”, a Cotec lançou o “Prémio Fomento do Empreendedorismo”. A instituição de ensino superior que apresentar o melhor projecto empreendedor e que melhor envolver os respectivos alunos recebe 100 mil euros. O processo de candidatura está aberto até 15 de Julho e o vencedor é anunciado a 19 de Outubro.

Para a Cotec, o prémio é complementar ao COHiTEC (iniciativa empreendedora dirigida essencialmente a investigadores) e visa dar uma resposta aos atributos empreendedores dos portugueses.

“Em Portugal, a taxa de população activa envolvida em iniciativas empreendedoras é de 4% – a média europeia é de 6% e a americana de 11%. Quando se decompõe essa percentagem da população, vemos que o sector de actividade que mais envolve os 4% de portugueses é a área dos serviços”, começou por explicar o director-geral da Cotec, Rui Guimarães, durante a apresentação do evento, que decorreu ontem no Porto.

“Nos países mais desenvolvidos, a indústria transformadora e extractiva e os serviços para a indústria são os sectores que mais envolvem os empreendedores. Ou seja, Portugal aproxima-se dos países menos desenvolvidos. Logo, há falta de empreendedorismo qualificado”, prosseguiu. “O espírito do concurso é criar condições para esse empreendedorismo qualificado”, concluiu.

1 comment:

Anonymous said...

necessario verificar:)