Friday, April 13, 2007

INOVAÇÃO & COMPETITIVIDADE 26Mai07

DISCIPLINA INOVAÇÃO & COMPETITIVIDADE
Sessões presenciais previstas:
26 Maio – 08 Junho – 12 Junho – 14 Junho


Questão n.º 1 – 26 de Maio
Enuncie os factos constantes nesta notícia que são evidências de inovação.
Questão n.º 2 – 26 de Maio
No seu entendimento, o que poderá trazer de novo à vida empresarial do José Carlos Lopes o «fazer um MBA» ???

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Quinta-feira, 12 de Abril de 2007 - publicado por Jornal de Negócios •
Implante de risco injecta capital de sucesso na Fluidinova
São dois nós do tempo que o futuro acabou por cruzar: com a década de 70 a findar, José Carlos Lopes parte para os Estados Unidos, onde consolida a formação em engenharia química com um doutoramento na Universidade de Houston; a estadia americana prolonga-se por dez anos e o regresso a Portugal concretiza-se em 1990, para assentar na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Em Outubro de 2005, e após 15 anos de docência e investigação na academia portuense, José Carlos Lopes cruza os nós: agarra na I&D que ergueu na FEUP, socorre-se de uma das ferramentas empresariais que aprendeu a admirar nos americanos – o capital de risco – e dá forma a um sonho que os seus saudáveis 50 anos assumem envolver uma dose de loucura – a “Fluidinova”.

Num outro acaso do tempo, a empresa beneficia de um encontro feliz. “A evolução de ideias para um negócio começou efectivamente em 2004, quando conseguimos juntar as competências tecnológicas às de gestão, essencialmente através de um ‘business angel’ – a Gestluz Consultores, que se associou a nós”, recorda. “Chegámos ao contacto com a Gestluz por pura sorte. Estávamos à procura de alguém que tivesse um MBA e, quando procurámos, aparece a Gestluz”, sublinha.

Após a solidificação do projecto e o encontro de novos parceiros, a Fluidinova é constituída em Outubro de 2005. Dois meses depois, começa a funcionar activamente nas instalações do Parque de Ciência e Tecnologia da Maia. O capital inicial, de 100 mil euros, distribuiu-se em 45% pela Change Partners (a quem a Fluidinova chega através da Gestluz), 15% pela PME Investimentos (que passa a apoiar o projecto), 2,5% pela FEUP e 35% por investidores individuais e 5 “business angels” (incluindo a Gestluz).

A menina dos olhos
Com pouco mais de um ano de actividade, a Fluidinova prepara-se para um passo-chave no processo de afirmação no mercado. A mais recente aposta da empresa assenta numa tecnologia – chama-se “NETmix”– que permite produzir hidroxiapatite (material básico do osso humano) sobre a forma de nanopartículas (são mil vezes menores que o diâmetro de um cabelo).

Esta tecnologia acabou por dar origem a um produto de designação pomposa – o “NanoXIM•HAp70 ”. A Fluidinova já estabeleceu negociações com empresas nacionais do ramo farmacêutico, que já demonstraram interesse pelo produto.

“Pode ser usado na cosmética – como alisador de rugas –, em próteses, em implantes para os dentes ou na indústria farmacêutica, por exemplo”,descreve José Carlos Lopes. “Uma das coisas que permite é fixar compostos químicos radioactivos para quimioterapia: em vez de injectá-los no sistema sanguíneo, tal como é feito actualmente – assim circulam pelo corpo todo –, podemos injectá-los com hidroxiapatite – fica um tumor local junto ao tumor em que tem que actuar. Assim, a radioactividade não é distribuída pelo corpo todo”, elucida. O mercado dos substitutos ósseos (implantes, próteses) movimenta mil milhões de euros e o da quimioterapia 15 mil milhões de euros.

A produção do NanoXIM•HAp70 implica o desenvolvimento de um laboratório industrial, que vai ser responsável pelo aumento do capital da Fluidinova para 1,3 milhões de euros. “Se não estivéssemos junto do capital de risco, não seria possível resolver este processo [aumento de capital num mês] tal como o fizemos”, refere José Carlos Lopes. “Se formos uma empresa de sucesso, que se calhar ainda não somos, é também pelo capital de risco”, termina.


Perfil: José Carlos Lopes

Ri-se quando lhe dizem que alguns dos grandes gestores mundiais – e portugueses – são engenheiros químicos. Ainda que nomeie com orgulho a formação em engenharia química, José Carlos Lopes diz-se na “primária” dos fundamentos da gestão. Assume o conhecimento profundo dos meandros tecnológicos, refere o desejo de ser um bom aluno nas funções empresariais e deixa escapar que, se tivesse tempo, fazia um MBA. Da experiência de dez anos nos Estados Unidos, e além da admiração pelo enfoque democrático do capital de risco – “lá, quem tivesse uma boa ideia, tinha apoio” –, cita o prazer pelo ténis. Hoje, aos 53 anos, a médica diz-lhe que são precisamente as raquetes que lhe mantêm a saúde – isto porque levanta-se às 6 e deita-se às 2. No futuro, já vislumbra o filho, que está em gestão industrial na FEUP, a apostar numa carreira empresarial.


B.I. Fluidinova

• Ano de criação 2005

• Sector serviços de engenharia de alta tecnologia na forma de consultoria e projecto para o desenvolvimento de novos processos e tecnologias ambientais e industriais

• Capital 100 mil euros [em curso processo de aumento do capital para 1,3 milhões de euros]

• Investidores Change Partners, FEUP, Gestluz Consultores, PME Investimentos, 5 “business angels” e sete investidores individuais

• Volume de negócios 100 mil euros em 2006 (previsão de 1 milhão de euros em 2007)

• Nº de colaboradores 16

• Break-even 2008

• Áreas de negócio CFDapi (ambiência de edifícios e processos industriais); ROBpaint (teste de tintas decorativas); RIMcop (nova tecnologia de injecção de plásticos reactivos); NETmix (misturador estático de fluidos)

• Principais clientes • Águas de Douro e Paiva; Parque de Ciência e Tecnologia do Porto; ARIPA; BA Vidro; CEIIA; ECOIN; EFACEC; SRE; Vulcano

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